Em busca de emprego, venezuelanos fogem para o Brasil

Os venezuelanos formam o maior contingente de refugiados e solicitantes de refúgios no Brasil.

De 2016 a junho deste ano, foram realizados 64 mil pedidos de refúgio no país entre 121 nacionalidades. Do total, 78% (quase 50 mil) eram de venezuelanos. A segunda nacionalidade com mais requisições é a senegalesa, com 5% (3,2 mil pedidos). Os dados são do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça.

Em 2015, o Brasil analisou somente 25 pedidos de refúgio de venezuelanos. Nos anos seguintes, embora as travessias pela fronteira já estivessem ocorrendo, as solicitações de refúgio começam a ser executadas, motivadas, essencialmente, pela violência e pelo colapso econômico do país vizinho.

Em 2019, o número saltou para pouco mais de 20 mil pedidos, representando 94% das solicitações de venezuelanos analisadas naquele ano.

A razão disso é a mudança da estratégia geopolítica entre os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), que incentivou o Conare a reconhecer o status de “grave e generalizada violação de direitos humanos” cometida pelo ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.

Segundo o Ministério da Cidadania, quase 79 mil venezuelanos já foram interiorizados para 844 municípios de abril de 2018 a junho deste ano.

Em 2022, até junho, haviam sido interiorizadas 12,5 mil pessoas. Manaus é o município que mais recebeu venezuelanos (5,2 mil). Em seguida aparecem Curitiba (5,1 mil), São Paulo (4,2 mil), Dourados (3,3 mil) e Chapecó (2,8 mil).

Além dos mais de 6,6 mil empreendedores formais venezuelanos espalhados pelo país, há aproximadamente 60 mil empregados com carteira assinada. O número é celebrado inclusive pelo governo brasileiro, que desde 2018 executa junto com o Exército a Operação Acolhida. O propósito é aliviar o estresse na fronteira de Roraima, principal ponto de entrada de venezuelanos.

Fonte Revista Oeste

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