Soluções para lidar com calor extremo na Europa existem, mas geram dilemas

Se havia dúvidas de que as cidades europeias não estão preparadas para enfrentar altíssimas temperaturas, o calor extremo na Europa que castiga boa parte do continente desde meados de maio as dissipou.

Os verões na Europa estão cada vez mais quentes já faz algum tempo — e, ano após ano, as repercussões dessa mudança no padrão climático na vida urbana se intensificam. Desta vez, porém, a desordem no clima foi tão acentuada que a situação atingiu um nível nunca visto, degringolou.

Com os termômetros acima dos 40°C, alguns municípios foram transformados verdadeiras filiais do inferno. Em Londres, por exemplo, os trilhos da rede ferroviária amanheceram em chamas e a pista de pouso do Aeroporto de Luton, derreteu com o calor.  

Nos arredores de Madri, um hospital teve que ser esvaziado às pressas por causa dos incêndios. Estes e outros eventos cinematográficos dispararam o alarme levando cidades da Europa procurar soluções desesperadamente.

Afinal, as previsões mostram que as ondas de calor na Europa não vão arrefecer — pelo contrário, se tornarão mais frequentes e mais intensas.

Ilhas de calor

O calor extremo atinge regiões inteiras, mas nas cidades as consequências são mais desastrosas devido ao efeito conhecido como ilha de calor. Materiais usados para erguer edifícios e pavimentar ruas, como concreto e asfalto, absorvem e retêm a energia dos raios solares, aquecendo o ambiente.

Muitas cidades já começaram agir para ao menos minimizar os transtornos que, certamente, voltarão a acontecer. Algumas estão repensando toda a infraestrutura urbana para torná-la mais resistente e segura, outras estão instalando sistemas para alertar a população o público em momentos críticos — enfim, fazendo o que é possível ser feito de imediato e planejando mudanças mais robustas, que levam mais tempo e podem ajudar no médio e longo prazos.

Há um inconveniente nessas empreitadas: as respostas para muitos dos problemas provocados pelo calor excessivo geram dilemas. Por exemplo, em Atenas, que sofre com o déficit de áreas verdes, arquitetos, engenheiros e autoridades municipais avaliaram as consequências de abrir espaço para mais árvores. Para onde iriam todas as vagas de estacionamento? E que largura devem ter as ruas para que ambulâncias possam passar?

Ao longo do processo de adaptação do espaço urbano para verões ainda mais quentes no continente europeu, segundo os meteorologistas, várias questões do tipo vão aparecer. E não poderão ser desconsideradas.

Fonte Revista Oeste

Categoria:

Deixe seu Comentário