Google vai ‘apagar’ localização de mulheres que buscam clínicas de aborto

O Google anunciou que vai limpar o histórico de localização de usuários que visitam alguns locais, incluindo clínicas de aborto. Divulgada na sexta-feira 1°, a decisão aparenta ser uma resposta à sentença da Suprema Corte de tornar o aborto inconstitucional. A mudança entrará em vigor nas próximas semanas.
“Alguns dos lugares que as pessoas visitam, incluindo instalações médicas como: centros de aconselhamento, abrigos de violência doméstica, clínicas de aborto (…) são pessoais”, comunicou o Google. “Caso nossos sistemas identifiquem que alguém visitou um desses lugares, excluiremos essas entradas do ‘histórico de localização’, depois da visita.”
Segundo a desenvolvedora de software Hubspot, o gigante da tecnologia é o responsável por pouco mais de 90% do mercado mundial de mecanismos de busca. Além disso, processa pouco mais de 60 mil pesquisas por segundo. Em 2021, a multinacional Alphabet (dona do Google) já contava com pouco mais de 155 mil funcionários.
Depois que o “STF dos EUA” tornou o aborto inconstitucional, diversos Estados liderados por republicanos proibiram a interrupção da gravidez. Por outro lado, o Google informou levar em consideração a privacidade das pessoas que usam seus produtos, e que vai proteger seus usuários de demandas governamentais por dados que são “impróprias”. “Continuaremos a nos opor contra demandas excessivamente amplas ou legalmente censuráveis”, informou.
Google e o aborto
Em um e-mail divulgado pelo canal de televisão CNBC, Fiona Cicconi, uma das diretoras do Google, informou que os funcionários podem pedir a realocação para Estados com menos restrições contra o aborto.
“Esta é uma mudança profunda para o país que afeta profundamente muitos de nós, especialmente as mulheres”, declarou a diretora em relação à decisão da Suprema Corte. “Nossos funcionários podem solicitar a realocação, sem justificativa, e aqueles que supervisionam esse processo estarão cientes da situação.”
Roe v. Wade
Em junho, a Corte dos EUA decidiu reverter a legislação do país referente ao direito ao aborto em âmbito federal. Os juízes derrubaram uma lei em vigor desde 1973. A Corte decidiu endossar uma lei do Estado do Mississippi, que proíbe o aborto depois de 15 semanas de gravidez.
Com a anulação da lei de 1973, conhecida como Roe vs. Wade, agora, a legalidade do aborto vai ficar sob responsabilidade dos Estados, que já vinham se preparando nas últimas semanas para adaptar a questão conforme entendimento local.
Fonte Revista Oeste