Professor humilha aluno em escola de São Paulo

Durante uma palestra da indígena Sônia Guajajara na Escola Avenues, em São Paulo, um aluno foi humilhado por um professor da instituição. Isso porque, depois de ouvir a apresentação da ex-candidata à Vice-Presidência, recheada de críticas ao agronegócio brasileiro e ao governo federal, o estudante pediu a palavra e expôs suas discordâncias.
“Quando você entender o que é ser uma pessoa deste tamanho, lembrará deste dia com muita vergonha”, advertiu o professor. “Então, a minha recomendação é a seguinte: respeite-me, porque sou doutor em Antropologia. Não tenho opinião, sou especialista em Harvard. Isso é ciência. No dia em que você quiser discutir conosco, traga seu diploma e sua opinião, fundamentada em ciência. Aí sim poderá discutir com um especialista em Harvard.”
A plateia, formada por adolescentes, aplaudiu as declarações do professor. Na sequência, Guajajara retomou sua apresentação e criticou latifundiários e fazendeiros, que, segundo ela, ocupam terras que deveriam ser redistribuídas para a população. “É preciso democratizar o acesso às terras”, afirmou.
Em carta, o aluno manifestou seu descontentamento. “Falar do agronegócio de maneira tão pejorativa, para uma audiência de 300 pessoas, deixou-me extremamente ofendido”, salientou. “Os pais dos meus amigos trabalham no agronegócio, minha família vem da agropecuária.”
A conduta do professor poderá ser investigada pelas autoridades, visto que o artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) penaliza quem “submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou constrangimento”. A pena é de seis meses a dois anos de prisão.
Mas não é só isso. Os pais dos alunos exigem a imediata demissão do professor e uma retratação da Escola Avenues, cuja mensalidade é de R$ 10 mil.
Fonte Revista Oeste