Na fronteira com o Paraguai, donos de lojas enxergam reflexos positivos da queda do dólar

Após o período de queda do dólar no Brasil completar uma semana, donos
de lojas da região de fronteira entre Foz do Iguaçu, no
oeste do estado, e o Paraguai, perceberam reflexos positivos na economia local.
Nesta sexta-feira (25), a cotação do dólar
está em R$ 5,05. No mesmo dia, em 2021, a cotação estava em R$ 5,67.
Os dois feriados que
se aproximam – Páscoa e Tiradentes – também trazem esperança para os
empresários no período de retomada econômica, com mais movimento de turistas na
fronteira.
Para o empresário Talvani de Sousa Santos,
com a baixa no valor da moeda estrangeira, as vendas têm melhorado e as
projeções são positivas.
"Com
o dólar baixo, (turistas) estão voltando a comprar, as vendas estão melhorando
cada dia mais. [..] O dólar estava muito alto e tinham deixado de vir também
por causa da pandemia. A expectativa agora é a das melhores."
A analista judiciária, Francisca Maria Barros, mora
no Piauí e está de passagem por Foz do Iguaçu,
no oeste do Paraná que faz divisa com o Paraguai. Ela decidiu aproveitar o
valor mais baixo do dólar para fazer compras no país vizinho e comenta sobre os
preços dos produtos.
"O preço está ótimo para fazer as compras.
[...] Vai dar pra levar lembrancinhas pra todos que ficaram lá (Piauí). Comprei
celular, perfumes. Eu pretendo voltar em breve ao Paraguai."
Cenário
Em 9 de março de 2021, a maior cotação do dólar na
região de lojas do Paraguai chegou a R$ 6,03. Foi o maior valor daquele ano.
Segundo a economista Maristela Costa, alguns
aspectos explicam a atual queda no valor do dólar. Ela destaca a Guerra entre
Rússia e Ucrânia e também o aumento da Taxa Selic.
"As crises geopolíticas que a gente tem
acompanhado fora do país, principalmente na Rússia e o aumento da Taxa Selic no
mercado interno, faz com que o Brasil se torne um país atrativo. [...] A taxa
Selic regula o valor do investimento que vai ser pago aqui. A Rússia também era
um lugar que atraia muitos investimentos e com a instabilidade instaurada, o
Brasil acaba captando esses recursos que também eram destinados pra lá",
destaca ela.
Maristela pontua, no entanto, que a baixa no valor
do dólar é temporária. De acordo com ela, a eleição em outubro, deve provocar
um aumento na moeda estrangeira, como acontece em outros países, porque
investidores, por não saberem qual política monetária será aplicada, retiram
capital investido no país.
"A tendência é de que a moeda continue na sua
desvalorização pelo menos por mais três meses. A partir disso, dada a
instabilidade que vai ser ocasionada por conta do período eleitoral no Brasil,
como ocorre em outros países, a tendência é de fuga de capital. Então os
investidores levando seu capital do Brasil pra outros países, reduz a moeda
estrangeira aqui e automaticamente ela volta a subir novamente. [...] Isso
ocorre porque não se sabe qual política econômica será adotada", explica a
economista.
Fonte G1