O carro elétrico vai invadir o Brasil

Vai perder o bonde quem ainda acha que carro elétrico não é para o Brasil. Os recentes anúncios da sueca Volvo e da chinesa GWM enterram a ideia de que o país só está preparado para os modelos a gasolina ou álcool, porque não tem estrutura para rodar os elétricos.
A Volvo foi a primeira a anunciar que vai criar uma rede de estradas eletrificadas em 13 trechos do país, que abrangem 3.250 quilômetros, saindo de São Paulo, com ligação para cidades como Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, Uberlândia, Baixada Santista e litoral norte paulista — a bateria do C40, da Volvo, por exemplo, tem autonomia para percorrer cerca de 440 quilômetros.
Cada carregador é capaz de preencher 80% da carga de um carro em 40 minutos. Uma equipe da operação brasileira da montadora saiu a campo no início do ano nas estradas para identificar os melhores locais para posicionar os carregadores, dos mais carentes aos mais movimentados.
O objetivo é o motorista viajar a longas distâncias, sem preocupação. Nos últimos dois anos e meio, a empresa colocou mil carregadores no espaço urbano, como shoppings centers, depois que percebeu que não havia infraestrutura alguma no país para quem compra um elétrico.
“O carro elétrico veio para ficar no Brasil. Muito se discute se isso é para nós ou não, mas o mundo decidiu que esse é o caminho”, diz João Oliveira, diretor de operações e inovação da Volvo no Brasil. Nesta semana, Oliveira e outros executivos da empresa estiveram no México para lançar o modelo mais vendido da marca, o C40. Como o mundo pede, a nova versão é 100% elétrica.
“Se decidirmos tomar um caminho diferente, sem focar na eletrificação, vamos ficar completamente isolados, produzindo tecnologia que só serve para nós, sem ir para nenhum outro lugar”, afirmou Oliveira. “Nunca vamos nos tornar um exportador, um player global.”
Abastecimento elétrico
Na quarta-feira (16), foi a vez de a chinesa Great Wall Motors, a GWM, anunciar que vai implantar cem pontos de recarga para veículos elétricos e híbridos nos principais municípios de São Paulo.
A montadora — sétima do mundo no setor automobilístico — vai investir R$ 10 bilhões no Brasil até 2025, a começar pela fábrica em Iracemápolis — antiga unidade da Mercedes-Benz —, que, em 2023, vai fabricar 25 mil carros híbridos e elétricos.
Em 2025, a projeção é chegar a 100 mil carros produzidos no país. Diferente da Volvo, que já começou a instalar os carregadores em estradas brasileiras, a GWM não tem ainda o cronograma de início dos postos de carregamento.
Fonte Revista Oeste