Sob protestos, nadadora transgênero vence prova nos EUA

A atleta Lia Thomas se tornou a primeira mulher transgênero a ganhar um campeonato universitário nos Estados Unidos, ao vencer a prova dos 500 metros livre de natação na última quinta-feira, 17.

A representante da Universidade da Pennsylvania venceu a prova em Atlanta com o tempo de 4min33s24, mais de um segundo à frente da segunda colocada, Emma Weyant. O evento é válido pela National Collegiate Athletic Association (NCAA), a principal liga universitária do esporte norte-americano.

“Eu não tinha muita expectativa para essa disputa. Eu estava apenas feliz de estar aqui e de competir da melhor forma que consigo”, afirmou Thomas à agência AP depois da vitória.

Do lado de fora do centro esportivo Georgia Tech McAuley Aquatic Center, enquanto a prova dos 500 metros livre transcorria, grupos se manifestavam contra e a favor da participação de Lia Thomas na competição entre mulheres.

Segundo a USA Swimming, entidade que administra as disputas de natação nos Estados Unidos, as mulheres transgênero devem manter um nível de testosterona abaixo de 5 nanomoles por litro (nml/l) por pelo menos 36 meses para poder competir. Já a Federação Internacional de Natação (Fina) ainda trabalha numa regulamentação própria sobre o tema.

Depois da vitória, Lia Thomas declinou de participar da entrevista coletiva oficial, alegando que sua intenção é evitar distrações e se concentrar na natação. No entanto, como o evento faz parte do protocolo do torneio, a atleta de 23 anos poderá enfrentar sanções da liga universitária.

Lia Thomas nasceu como William, começou a nadar aos 5 anos e competiu em provas masculinas até 2020. Desde a transição para as disputas femininas, realizada durante a pandemia do coronavírus, a atleta da Universidade da Pennsylvania tem atraído bastante atenção nos EUA e motivado discussões sobre a presença dos transgêneros no esporte norte-americano.

Fonte Revista Oeste

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