'Houve um acordo para não atacarem civis', diz paranaense que está em Kherson, cidade portuária da Ucrânia tomada pela Rússia

O jogador de futsal
paranaense Claudio Luiz Garcia, conhecido nas quadras como Claudinho, está em
Kherson, cidade portuária da região sul da Ucrânia que foi tomada por tropas
russas.
Morando na Ucrânia há quase dois anos, ele conta
que, apesar do clima de medo que toma a cidade, uma decisão da prefeitura com o
exército russo garantiu que os civis tenham mais segurança.
O prefeito de Kherson, Igor Kolykhayev, confirmou a invasão da
cidade nesta quinta-feira (3).
“Houve uma conversa e então foi acertado que os
moradores não atacassem as tropas russas, e seguissem o toque de recolher, que
eles [russos] não iriam atacar os civis”.
Claudinho é natural de Turvo, na região central do Paraná, e morou por anos em Imbituva, também no centro do estado. Em Kherson, ele é
jogador do MFK Prodexim.
O paranaense contou que mora sozinho na Ucrânia,
mas frente a guerra, está em um apartamento com outros dois amigos brasileiros.
Ele disse que há dificuldade para compra de produtos nos mercados.
“Hoje os mercados voltaram a funcionar, mas acabou
tudo praticamente. E alguns foram saqueados pelas tropas russas e por vândalos”.
Tentativa de fuga
Claudinho contou que ele e os amigos brasileiros
querem deixar o país enquanto a guerra acontece, mas a posição geográfica de
Kherson dificulta a saída. A fronteira mais próxima, segundo ele, fica a 7
horas de viagem da cidade.
“Sempre
estamos monitorando e estudando alguma forma de sair, mas infelizmente desde o
início da guerra nossa cidade foi atacada assim dificultando nossa saída. Os
trens aqui não estão funcionando e é muito perigoso sair pelas estradas de
carro sem conhecer nada [...] Primeiro quero sair daqui e ver meus filhos
familiares e amigos”.
A invasão
A Rússia iniciou, na madrugada de quinta-feira
(24), uma ampla operação militar para invadir a Ucrânia. Há imagens de
explosões e movimentações de tanques em diferentes cidades ucranianas. Putin
disse às forças ucranianas que deponham as armas e voltem para casa.
Putin atacou, inicialmente, o leste da
Ucrânia com misseis e explosões. Em resposta, o presidente ucraniano, Volodymyr
Zelensky, afirmou que distribuiu armas aos ucranianos.
A capital, Kiev, primeiro
alvo, teve congestionamentos, corrida aos mercados e estações de trem lotadas.
Milhares de moradores começaram a deixar a cidade desde as primeiras horas do
dia.
Fonte G1