Escritório no Centro, viagens de metrô: os hábitos simples do bilionário Luiz Barsi

Se te pedissem para descrever um investidor
bem sucedido da bolsa de valores, que características você apontaria? Além do
colete, da camisa azul e da calça caqui, o estereótipo retratado nos filmes
apontaria para alguém com um grande escritório na Faria Lima, coleção de carros
ou relógios e gostos extravagantes, certo?
A resposta, como quase tudo que você
perguntar para um economista, é: depende. Existem, de fato, personagens do
mercado financeiro que se assemelham ao estilo de vida retratado acima. No caso
da bolsa nacional, no entanto, o maior investidor individual ali presente foge,
e muito, da descrição.
Luiz Barsi, a ponto de completar 83
anos, passa longe de ostentar sua fortuna por aí. Completando 53 anos de bolsa
de valores em 2022, ele mantém seu escritório no Centro de São Paulo, próximo à
B3; e, antes da pandemia, poderia ser visto quase diariamente nas linhas
Vermelha e Azul do metrô da cidade a caminho do trabalho ou de casa (ostentando
o Bilhete Único especial gratuito para idosos).
“O patrimônio é a métrica do ego, o
que vale para mim é renda. É normal se o meu patrimônio variar até R$ 100
milhões no ano, porque a cotação das ações variam”, diz. Sua filha, Louise
Barsi, hoje sócia da Ações Garantem Futuro (AGF),
afirma que o pai não sucumbiu ao ego mesmo sendo bilionário e que ele gosta de
se deslocar pela cidade de metrô porque “gosta de ver gente, anda, exercita a
cabeça e, no final das contas, o meio de transporte é rápido,”.
O estilo de vida, diferente do que se
espera de um bilionário, reflete muito as origens de Barsi e, consequentemente,
o seu jeito de pensar na vida e no mercado. Se quiser descobrir como ele fez
fortuna, clique aqui e se inscreva
gratuitamente no Workshop Jeito Barsi de Investir. O evento terá
três encontros on-line e participação especial do próprio. Participe.
Barsi é um homem de hábitos simples
desde a infância no bairro paulistano Brás. Filho de imigrantes espanhóis, e
órfão de pai desde que tinha um ano de idade, começou a trabalhar muito cedo,
fazendo bicos como engraxate e aprendiz de alfaiate. Posteriormente, num
emprego em uma corretora de valores, foi incentivado a fazer uma formação de
técnico em contabilidade, e fez.
Acumulou mais uns anos de labuta e
graduou-se em direito e em economia, avançando para o posto de auditor, o que
lhe aproximou do sistema previdenciário brasileiro e dos seus problemas. Preocupado
com sua aposentadoria, e sem interesse de trabalhar para o governo, entendeu
que precisava ser empresário.
Mas, em suas próprias palavras, em vez
de ser dono de um negócio pequeno, preferia ser sócio em vários negócios
grandes. Comprar ações era, então, apenas uma maneira de participar desses
projetos. Sua intenção nunca foi revender os papéis no futuro, mas sim receber
parte dos lucros como acionista, os dividendos. Por isso, também precisam fazer
parte do pacote: resultados sólidos, consolidação no mercado e perenidade do
negócio.
Como auditor, ele tinha muito contato
com balanços de empresas, então começou, em 1970, a estudar sobre ações e
elaborou o estudo “Ações Garantem o Futuro”, com uma avaliação criteriosa de
todos os setores e o seu nível de “perenidade”. Assim, chegou à conclusão de
que havia alguns setores da economia com maiores chances de sucesso.
Após elencar áreas consideradas mais
promissoras, Barsi partiu então para a listagem de todas as empresas de capital
aberto que constituíam cada um desses setores e começou a “garimpar”. (Hoje em
dia, estes setores são resumidos com o acrônimo BEST: Bancos, Energia,
Saneamento/Seguros e Telecom, o que a filha Louise chama dos cinco setores à
prova de balas.)
Quando escolheu seu primeiro alvo, a
Companhia Energética de São Paulo (CESP), passou a economizar tudo que podia do
seu salário de auditor para comprar ações da companhia, ainda no começo da
década de 1970. E o resto é história. Repetiu e aprimorou o processo até chegar
ao sucesso de hoje. “Não entrei na bolsa para ser rico, e sim para nunca mais
voltar a ser pobre”, costuma dizer. No entanto, somente a Unipar (UNIP6) pagou
R$ 170 milhões ao investidor em dividendos no ano passado.
Então, para comemorar os 53 anos de
Barsi na bolsa, a Ações Garantem Futuro (AGF), comandada por Louise e mais dois
sócios, Fabio Baroni e Felipe Ruiz, preparou um workshop com três aulas
gratuitas para ensinar o Jeito Barsi de Investir. E é claro, com a presença de
Luiz Bars.
Fonte InfoMoney