Especialistas analisam 2021 do agronegócio paranaense e fazem projeção para início de 2022

A estiagem foi um dos fatores que frustrou a expectativa de produtores paranaenses em 2021, de acordo com o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral).

Entre os produtos afetados, o milho foi um dos que sofreram com as condições climáticas no estado.

"Foi um ano bastante atípico. Nós tivemos uma redução bastante significativa do milho segunda safra. Embora os produtores investissem em tecnologia, algumas variáveis incontroláveis, como a estiagem, fizeram com que as estimativas, que eram boas, fossem frustradas", disse Salatiel Turra, chefe do Deral.

 

Agricultura familiar

O setor precisou se adaptar em 2021. Em muitos casos, foi necessário trocar o mercado pelo consumidor direto, reduzir a produção e buscar alternativas para não pagar mais pelos insumos.

Utilizar os próprios recursos foi uma das soluções para evitar endividamento, mas a queda na produção é uma consequência, segundo Marcos Brambilla, diretor da Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares do Estado do Paraná (FETAEP).

 

"Parte dos nossos produtores deixou de contratar financiamento para trabalhar com recursos próprios. Essa produção não está assegurada. Então ele depende do tempo correr tranquilamente para ter uma boa renda. Para não se endividar, optou por ficar com recursos próprios", explicou Marcos.

Exportações

Para a exportação, o ano foi excepcional por causa do preço recebido pelos produtores, segundo Salatiel: "A saca da soja e do milho chegou a patamares de R$ 160, R$ 180. No mesmo período, em outros momentos, ela era comercializada em torno de R$ 60, R$ 80”, disse.

No caso das proteínas animais, o reconhecimento do estado como um local livre da febre aftosa sem vacinação auxiliou no resultado.

 

A queda é reflexo de altas temperaturas e estiagem neste período do ano.

Para o pequeno produtor, 2022 inicia com incertezas. Cristiano Rodrigues, que cultiva hortaliças em Quitandinha, na Região Metropolitana de Curitiba, disse que irá demorar para recuperar os prejuízos que teve em 2021.

"Não é de um dia para o outro que a gente vai conseguir resolver. A expectativa para o ano é que, se continuar dessa maneira, a intenção é parar porque está muito alto o preço e a gente não está conseguindo segurar isso daí", lamentou Cristiano.

Marcos Brambilla acredita que o controle da pandemia e uma melhora em outros setores da economia pode aumentar a produção, principalmente da agricultura familiar, que cultiva produtos para consumo interno.

Outros fatores econômicos, como a inflação e o preço do dólar, além de fatores climáticos e a necessidade de um alinhamento maior com a sustentabilidade são pontos que também devem impactar nos resultados de 2022.

Fonte G1

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