Gasolina: Transporte alternativo é sinônimo de economia

Os motoristas que abastecem com gasolina comum em Apucarana pagam caro. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o município tem o preço médio mais alto do estado .

Com o valor da gasolina lá nas alturas, muita gente pensa em uma maneira de economizar. Neste caso, a melhor opção é deixar o carro na garagem e procurar meios alternativos para se locomover. 

“A alternativa é ter outros meios de transporte, bicicleta, carona ou quem sabe até investir em uma moto scooter. O transporte coletivo seria outra opção, se tivesse maior eficiência”, comenta o economista Rogério Ribeiro, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de Apucarana

Há quem pense em abastecer o carro em algum município vizinho com preços menores. O economista fez os cálculos e conclui que para compensar a gasolina teria que custar menos de R$ 5,68. “Praticamente nenhum preço médio está abaixo disso. Existe o custo operacional para ir até outra cidade abastecer então não compensaria”, afirma.

Barril de petróleo ficou supervalorizado na pandemia

Uma sucessão de fatores implicaram em constantes reajustes nos preços da gasolina. O barril está supervalorizado porque quando a pandemia começou, os países que mais exportam petróleo reduziram a produção devido a queda na demanda. Diminuir a oferta foi um jeito de não deixar o preço do barril cair muito. Agora, com a retomada das atividades em muitos países, a procura aumentou, mas a produção não. Na lei da oferta e demanda, o que tem para comprar fica mais caro.

“Nossa situação é um pouco mais agravada porque a nossa economia está com moeda desvalorizada e com o dólar supervalorizado, causa um efeito duplicado na alta de preço. Isso também explica o aumento no custo dos derivados de soja, milho, algodão, açúcar, petróleo e carne. Como a gente tem um monopólio bruto na comercialização dos derivados do petróleo, a Petrobras, que tem capital aberto e precisa dar satisfação nos investidores, para se manter pratica preços de mercado”, explica o economista Rogério Ribeiro.

Segundo Ribeiro, a retomada econômica de países estrangeiros que importam produtos brasileiros pressiona ainda mais os preços para as alturas. E tudo isso acontece após três crises sucessivas no Brasil, a financeira, fiscal e da pandemia da Covid-19 que prejudicaram seriamente a economia brasileira. 

“Realmente, estamos vivenciando um período muito complicado e difícil para a população brasileira, principalmente os mais pobres, que sofrem mais. Temos a tempestade perfeita com inflação, juros, desemprego, instabilidade política, problemas econômicos e sociais”, afirma o economista.

O economista acompanha as pesquisas da ANP e afirma que há anos Apucarana está entre os municípios com os maiores preços de combustíveis. Ele também aponta que o município tem um dos menores desvios padrões de preço, ou seja, a diferença entre o menor e o maior valor. 

“Quando o desvio padrão é grande demonstra que existe maior concorrência. Arapongas, por exemplo, tem o segundo maior preço médio, mas em compensação, tem o quarto maior desvio padrão que varia de R$ 5,79 e R$ 6,19”, comenta.

De acordo com o economista, todos os estabelecimentos pagam os mesmos encargos tributários e o que pode influenciar na formação de preço das empresas são os serviços diversificados que também são agregados no valor do combustível.

“Normalmente, estes estabelecimentos ofertam um rol de serviços e isso tudo tem que ser colocado na ponta do lápis. É um conforto ao consumidor, mas tudo tem um preço. Postos de municípios pequenos não trabalham depois das 22 horas por uma questão de custo e demanda para isso, o que explica o preço menor”, finaliza. 

Fonte: TNOnline

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