Gasolina está R$ 0,21 mais cara em Apucarana

Com o novo reajuste, o preço da gasolina nas refinarias sofreu um aumento de R$ 0,21 no valor do produto para os consumidores em Apucarana.
No acumulado dos últimos 12 meses, o combustível ficou R$ 2,09 mais caro nas bombas dos postos, um aumento de quase 52%.
Conforme economistas, as altas constantes devem comprometer ainda mais a renda da população, uma vez que impactam os custos de toda a cadeia produtiva que depende do setor de transporte. E a tendência, é que os valores continuem subindo.
Na semana passada o litro da gasolina ainda era encontrado a R$ 5,90 e passou a ser vendido a R$ 6,12, em média, conforme pesquisa via aplicativo Menor Preço. O menor valor foi encontrado a R$ 6 e o maior a R$ 6,24. Há um ano a gasolina era comercializada a R$ 4,03, em média, segundo o sistema de levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP).
Só em 2021, a gasolina subiu nove vezes de preço e os outros combustíveis também ficaram mais caros. O etanol, que costumava ser uma opção mais em conta para quem tem veículos flex, estava apenas um real mais barato que a gasolina. O combustível teve a maior alta em um ano (88%) saindo dos R$ 2,65 para R$ 4,98, valor médio praticado por cinco postos até ontem. O menor e o maior preço variam entre R$ 4,84 e R$ 5,14. O diesel sofreu aumento de 37%. No ano passado era vendido a R$ 3,28 e ontem R$ 4,50, em média. O menor preço é praticado a R$ 4,25 e o maior a R$ 4,59.
IMPACTO DAS ALTAS
O economista Paulo Cruz, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de Apucarana, avalia que a sequência de altas vai impactar o bolso de toda a população, porque afeta o custo das cadeias produtivas que dependem do setor de transporte para consolidarem suas atividades comerciais.
“Tudo isso compromete o poder de compra do consumidor porque impacta diretamente na inflação dos produtos da cesta básica, o que afeta os consumidores de menor renda. Os reajustes frequentes também comprometem a estabilidade da moeda em relação a inflação. A meta inflacionária para 2021 já está comprometida, estamos em cima da navalha para um desequilíbrio inflacionário”, avalia.
Segundo Cruz, a longo prazo, a economia também será afetada, porque os preços tendem aumentar ainda mais, gerando maiores custos para as empresas, comprometendo o crescimento econômico futuro.
“Sem renda, a atividade comercial se reduz e os investimentos da iniciativa privada também ficam comprometidos, porque as perspectivas de consumo futuras são baixas. Estas são algumas das consequências de aumentos frequentes acima da meta de inflação.
Em Arapongas, valor da gasolina subiu R$ 0,12
Em Arapongas, a gasolina teve aumento de R$ 0,12 em apenas duas semanas. Levantamento do Procon realizado em 25 postos de combustíveis em 3 de agosto, aponta o preço médio de R$ 5,94. Uma nova pesquisa de preço realizada anteontem mostrou que o valor médio subiu para R$ 6,06 (2%). No acumulado dos últimos 12 meses a alta foi de 45,3%. No mesmo período o etanol teve aumento de 65,7% e o diesel 43,6%.
Na opinião do economista Paulo Cruz, novos aumentos podem acontecer, o que a longo prazo pode ser muito prejudicial para a economia. Ele aponta fatores como oscilação de preço do dólar, queda na safra de cana de açúcar, por exemplo, que podem afetar ainda mais os preços. “A reduzida regulação institucional sobre este setor e sobre todos os preços administrados, não assegura ao consumidor a estabilidade de preços, isso no longo prazo pode ser muito prejudicial ao conjunto da economia, principalmente aos setores produtivos que dependem dos combustíveis para tocarem suas atividades e aos pequenos consumidores que padecem com achatamentos de sua renda e que são engolidos pela alta inflacionária de preços”, analisa o economista.
Por Cindy Santos - Jornalista do grupo Tribuna do Norte
Fonte: TNOnline