Sirenes, explosões e paredes blindadas: brasileiros em Israel falam sobre ofensiva palestina contra Tel Aviv

A crise entre Israel e Palestina se agravou nesta terça-feira (11) quando forças ligadas ao Hamas na Faixa de Gaza lançaram foguetes em direção a Tel Aviv — considerada o maior polo cosmopolita israelense.

Brasileiros que vivem em Tel Aviv e outras áreas próximas à cidade disseram ao G1 que ofensivas contra a região — fisicamente mais distante de Gaza — são incomuns, e afirmaram que ataques do tipo provavelmente gerarão mais retaliação, que deve aumentar as tensões em uma área considerada mais tranquila do território israelense.

Nesta terça-feira, novos confrontos deixaram mortos tanto em Gaza quanto em Israel. Forças israelenses destruíram um prédio de 13 andares alegando que o local abrigava postos estratégicos do Hamas, enquanto autoridades palestinas dizem que se tratava de um edifício residencial.

Em Holon, periferia de Tel Aviv, um ônibus pegou fogo e três pessoas, incluindo uma criança de 5 anos, ficaram feridas. Em Ashkelon, no sul, duas mulheres israelenses morreram. Estima-se que ao menos 30 pessoas estejam mortas por causa do conflito.

"Aqui nunca está em paz", conta Deborah Segalovich, de 24 anos, que trabalha em uma startup de Tel Aviv. "Mas geralmente esse perigo é maior no sul do país. Por aqui, o exército tem o Iron Dome [escudo anti-aéreo] que consegue interceptar os mísseis."

As cidades israelenses têm um sistema de alerta por sirenes que avisa da iminência de um ataque aéreo. Na região de Tel Aviv, as pessoas têm cerca de um minuto para procurar um abrigo. Residências mais novas têm portas e janelas preparadas para esse tipo de situação — então os moradores escolhem um quarto mais seguro. Prédios mais antigos adotam as escadarias como proteção.

Com a pandemia sob controle em Israel — os números de novos casos e mortes por Covid-19 estão em valores mínimos com a vacinação avançada na população —, moradores de Tel Aviv lotavam os bares, restaurantes e eventos sociais quando as sirenes tocaram. Quem estava na rua teve de entrar em abrigos públicos ou se esconder em locais fechados.

Deborah estava na casa de amigos quando precisou se abrigar. Por precaução, ela decidiu permanecer e não voltar enquanto não se sentisse mais segura.

"Deu para ouvir os mísseis sendo interceptados. Querendo ou não, quem está aqui em Israel está acostumado. Mas desta vez foi mais assustador", relata a brasileira.

Fonte: G1

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