Entenda os motivos que fizeram o Paraná ser o estado mais sustentável pela 4ª vez seguida.

Entenda os motivos que fizeram o Paraná ser o estado mais sustentável pela 4ª vez seguida

O Paraná tem a melhor sustentabilidade ambiental do País pelo quarto ano consecutivo. E, novamente, com nota máxima de eficiência (100 pontos) de acordo com o Ranking de Competitividade dos Estados, relatório elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) e divulgado nesta quarta-feira (21) em Brasília (DF). No geral, quando avaliado dez pilares estruturantes como educação, infraestrutura e inovação, entre outros, o Paraná ficou na terceira posição, atrás de São Paulo e Santa Catarina.
Performance de sucesso que tem como pilar a política ambiental com foco no desenvolvimento sustentável implementada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior a partir de 2019.
A série de boas avaliações do Paraná foi impulsionada por serviços como a reciclagem, coleta seletiva e destinação final do lixo, referência para o País, segundo o estudo. Houve, ainda, melhoras significativas em indicadores como a recuperação de áreas degradadas, com um salto de quatro posições no ranking por meio de projetos como o Parques Urbanos, e nos cuidados com o desperdício de água.
O Paraná teve destaque também na preocupação com o desmatamento ilegal, com o primeiro lugar geral na transparência de ações de combate e uma média de 99,82 no controle à supressão vegetal; no controle da emissão de dióxido de carbono (CO²); e no tratamento do esgoto sanitário, um dos mais eficiente do Brasil com 86,7 de nota.
  • “Essa vitória, mais uma do Paraná, é resultado de um conjunto de ações desenvolvido pelo Governo do Estado, sob a liderança do governador Ratinho Junior, que faz da sustentabilidade a base para tomada de decisões importantes, seja em projetos ambientais, sociais ou de infraestrutura. Todas as secretarias estão conectadas com o tema e contribuíram para que o Paraná se tornasse essa referência para o País na área”, afirmou o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza.
“Somos ágeis nos licenciamentos que geram desenvolvimento, geração de emprego e renda, mas sem perder o rigor na análise, a capacidade de cobrança, de executar de fato a legislação ambiental. Isso transformou o ambiente de negócios no Paraná”, acrescentou.
Ele citou ações implementadas pela pasta, por meio do Instituto Água e Terra (IAT), que impactaram diretamente na nota alcançada pelo Estado. Lembrou que a eficiência na coleta seletiva e destinação do lixo, por exemplo, deriva de propostas como o incentivo à união de municípios para reestruturação dos aterros sanitários e à melhoria da gestão de resíduos sólidos – a medida busca auxiliar na redução de custos das prefeituras, seja com a execução dos projetos ou a viabilização financeira para a construção de novos aterros consorciados.
Outro ponto destacado pelo secretário foi que o instituto entregou 268 caçambas para 67 municípios do Paraná, equipamentos completam o kit voltado exclusivamente para o serviço de coleta e destinação final dos resíduos gerados por atividades da construção civil – o conjunto é composto ainda por caminhões poliguindastes. O investimento foi de R$ 21,5 milhões. “O tratamento adequado dos resíduos sólidos é uma preocupação constante do Governo do Estado”, disse Souza.DESMATAMENTO – O Paraná subiu também posições importantes em indicadores de combate ao desmatamento ilegal, com notas que variam entre 95.54 e 100 dentro do Ranking de Competitividade. Reflexo de um setor de fiscalização muito mais atuante.
O Governo do Estado, por meio do IAT, aplicou R$ 63,7 milhões em multas por desmatamento ilegal e outros crimes ambientais no Paraná no primeiro semestre de 2024, um incremento de 13,5% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 56,1 milhões). Os danos à flora, especialmente à Mata Atlântica, equivalem a 65% do total de punições administrativas emitidas pelo órgão no período em razão de danos ambientais (R$ 97,7 milhões).
Os dados do IAT revelam ainda que de janeiro a junho deste ano foram lavrados 2.715 Autos de Infração Ambiental (AIA) por supressão vegetal, ante 2.138 no primeiro seis meses de 2023, uma elevação de 27%.
O valor recolhido pelo Estado com as infrações é repassado integralmente ao Fundo Estadual do Meio Ambiente. A reserva financeira tem como finalidade financiar planos, programas ou projetos que objetivem o controle, a preservação, a conservação e a recuperação do meio ambiente, conforme a Lei Estadual 12.945/2000. No primeiro semestre deste ano, o montante recebido pelo IAT em multas de anos anteriores já soma R$ 16.949.224,95.Paralelamente, segundo levantamento organizado pelo IAT, também com base em dados de 2021 do MapBiomas, o Paraná teve um aumento significativo de cobertura florestal natural nos últimos anos. Passou de 54.856 km² em 2017 para 55.061 km² em 2022, uma diferença de 205 km², o equivalente a uma área de 20,5 mil campos de futebol.
O Paraná foi o único estado do Sul do País com aumento de cobertura vegetal no período. Santa Catarina reduziu a vegetação de 40,4 mil km² para 39,6 mil km² de 2017 a 2021. Já o Rio Grande do Sul passou de 27,9 mil km² para 27,7 mil km² no mesmo período. Em Santa Catarina houve um declínio constante da área verde desde 1985, com aumento entre 2010 e 2015, mesma realidade do Rio Grande do Sul, que observou uma pequena mudança de cenário entre 2012 e 2018.
“Avançamos em fiscalização e em tecnologia. Hoje, por exemplo, conseguimos multar sem a necessidade de ir a campo, por meio de autos de infração remotos, que nos dão mais agilidade e ampliam a capacidade de vigilância”, explicou o secretário.
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Foto: Denis Ferreira Netto/Sedest

ÁGUA – O ranking revelou ainda que o Paraná tem um ótimo desempenho no controle da perda de água do País. Resultado de programas como o Água no Campo, que desde 2019 perfurou 676 poços em 163 cidades paranaenses, totalizando um investimento de R$ 10,45 milhões.
Outra atuação importante é o cuidado permanente com os rios que cortam o Estado. O Paraná conseguiu ampliar a cobertura de matas ciliares em 12% nos últimos anos. O Estado passou de 1,25 milhão de hectares de cobertura florestal nestas áreas em 2008 para 1,41 milhão de hectares em 2021. Recuperação puxada por medidas como o plantio de 3,9 milhões de mudas em áreas de preservação permanente e a recuperação de mais de 6,9 mil nascentes de rios.
O Paraná tem também uma legislação com foco na economia dos recursos hídricos por meio da reutilização da água em áreas urbanas, rurais, nas indústrias e em processos produtivos. A Resolução nº 122 , desenvolvida pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH/PR), órgão vinculado ao Instituto Água e Terra (IAT), começou a valer no ano passado e regulamenta o reúso da água para proveito urbano, agrícola, florestal, ambiental e industrial.
As atividades beneficiadas vão desde a irrigação de áreas verdes, lavagem de veículos e de superfícies, até a construção civil, uso predial, combate a incêndios, produção agrícola e regularização da vazão de corpos hídricos, entre outras. A partir da normativa, o Paraná passa a ser um dos seis estados do País a construir uma legislação própria sobre o tema, estabelecendo critérios e ditando parâmetros de qualidade para a reutilização da água para mais de uma modalidade.
A legislação prevê ainda o registro de volume gerado, regras para licenciamento e a exigência da instalação de redes específicas e sinalizadas em paralelo à rede de água potável, de forma a evitar a contaminação e garantir a rastreabilidade. “É uma corrente positiva de fatores, um puxando o outro para que o Paraná seja de fato a referência para o País”, disse Souza.
Fonte: AEN
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