Com três anos do RenovaPR, Paraná vira protagonista da produção de energia no campo.

Com três anos do RenovaPR, Paraná vira protagonista da produção de energia no campo

Renova Paraná completa três anos neste mês. O programa do Governo do Estado, executado pelo IDR-Paraná, incentiva o produtor a produzir sua própria energia ou combustível, inserindo-o no processo de transição energética, bem como reduzindo seus custos de produção. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável na propriedade, por meio do Banco do Agricultor Paranaense – neste período foram R$ 230 milhões.
Com a iniciativa, o Paraná já se tornou o estado com maior potência média, por unidade instalada, entre os estados do Sul e Sudeste do País. De acordo dos dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o Paraná tem 21,83 kilowatts de potência média por unidade, em seguida estão São Paulo (21,61 kW), Minas Gerais (20,13 kW), Santa Catarina (17,29 kW), e Rio Grande do Sul (12,72 kW). Desde agosto de 2021, o programa já estimulou o investimento de R$ 4,2 bilhões em 34.485 projetos de energia renovável no Estado.
Segundo Herlon Goelzer de Almeida, coordenador do RenovaPR, o programa aproveita um recurso que vinha sendo encarado como um problema ambiental. “Temos no Paraná uma produção expressiva de proteína animal, cujas sobras (dejetos, gorduras, ossos e vísceras) podem gerar biogás. Temos também o setor sucroalcooleiro que fornece material orgânico. Ou seja, o Paraná tem base produtiva que é altamente geradora de biomassa, a matéria orgânica usada como fonte de energia limpa e sustentável. Por isso temos que usar essa força energética”, destacou.
O programa também é objeto de uma série de reportagens da Agência Estadual de Notícias (AEN), chamada “Paraná, energia verde que renova o campo”, que mostra exemplos de produtores rurais de todo o Estado que aderiram ao programa para implantar sistemas sustentáveis.
  • MENOR CUSTO – Para colocar o programa em prática o IDR-Paraná, em três anos, treinou 796 técnicos, com o apoio do Sistema Faep/Senar e Cibiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis). Os profissionais passaram a atuar em todo o Estado, orientando os produtores interessados em implantar projetos de geração de energia renovável.
Além disso, o Instituto, em parceria com sindicatos rurais e agentes financeiros, realizou mais de 1.200 ações de promoção do RenovaPR (reuniões técnicas, seminários regionais, participação em feiras e exposições) para aumentar a adesão ao programa.
Atualmente o Paraná tem 34.485 ligações rurais em geração distribuída, ou seja, consumidores que passaram a produzir sua própria energia. Desse total, 28.346, ou 82,2%, foram feitas nos últimos três anos. A divulgação das vantagens do uso de energias renováveis apresentados pelo Renova-PR contribuiu para esse resultado. Ainda de acordo com os dados da Aneel, a geração distribuída no setor rural passou de 6%, em 2017, para 15% no ano passado.
Outro incentivo para o produtor é que nos últimos anos os custos de instalação dos projetos de energia renovável têm diminuído, o que atrai mais interessados. Em 2016 eram necessários R$ 8,77 por watt pico (capacidade máxima de geração do projeto). Em janeiro deste ano o valor ficou em R$ 3,17. O tempo de retorno do investimento também foi reduzido. Até 2023 eram necessários 4,4 anos para o produtor pagar pela instalação do projeto. Neste ano, o tempo de retorno do investimento ficou em 3,3 anos, em média.
  • DESAFIOS – Para o coordenador estadual do RenovaPR, o crescimento do uso de energias renováveis requer nova postura da iniciativa privada para enfrentar os desafios deste segmento. Entre os desafios, destaca Almeida, estaria a conversão de motores de caminhões dos serviços de cooperativas e empresas integradoras, ônibus/vans de transporte escolar, transporte urbano e táxis.
O uso de energias renováveis também deve se estender a outros segmentos do agronegócio. Almeida acredita que é importante, por exemplo, que cooperativas e integradoras substituam, em 100%, a lenha, o GLP e o Diesel pelo biogás. Os setores industriais também devem ser incentivados a consumir o biometano. Ele acrescenta que projetos em aterros sanitários, para a geração de biogás e biometano, tenham juros subsidiados.
Ainda segundo ele, os investimentos em energias renováveis são considerados importantes para aumentar a empregabilidade e a competitividade dos produtores, bem como das cadeias de produção de proteínas animais e agroindústrias do Paraná.
Fonte: AEN
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