Governo dá início à recuperação de área degradada para conter erosão em Loanda.

Governo dá início à recuperação de área degradada para conter erosão em Loanda

O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta sexta-feira (21) a ordem de serviço para o início da obra de controle e recuperação da erosão no Emissário Água da Mina, em Loanda, no Noroeste do Estado. A intervenção é fruto de um convênio entre o Governo do Estado, por meio do Instituto Água e Terra (IAT), e a Itaipu Binacional, com investimento total de R$ 46,1 milhões, sendo R$ 21 milhões do IAT.
A área é uma das maiores erosões urbanas do Brasil, se estendendo por pelo menos oito quilômetros e chegando a 15 metros de altura em alguns locais. "É um projeto extremamente difícil de resolver, porque é uma voçoroca que está entrando na cidade. Se a gente não fizer um projeto para estancar esse problema, vai começar a afetar as casas e aí a conta cresce muito e fica quase impossível de resolver", disse o governador. "Por isso fomos atrás dessa parceria com a Itaipu e a Embrapa para colocar um ponto final, senão Loanda viraria uma cidade dividida por uma cratera".
O projeto, elaborado em conjunto com a Embrapa, prevê a construção de um canal retangular em concreto armado, com 1.240 metros de comprimento, composto por um dissipador que receberá uma vazão de 55,07 m³/s, melhorando a microdrenagem da região. Ele também contempla a construção de um parque urbano na localidade, com o plantio de espécies arbóreas em 30 hectares ao longo das duas margens da erosão.
  • "Em dias de chuva, passa um volume muito grande de água por essa galeria, que quando não é contido faz um estrago muito grande", explicou o diretor-presidente do IAT, José Luiz Scrocaro. "Então além da galeria, a obra vai ter um dissipador para minimizar o impacto também no córrego. E além disso, vamos fazer uma faixa de proteção com 30 espécies de árvores nativas para minimizar esse problema a longo prazo".
O prefeito de Loanda, Zé Maria, ressaltou que o Emissário Água da Mina absorve cerca de 60% das águas da cidade em dias de chuva, o que tem agravado o problema da erosão. "Ela iniciou como uma pequena erosão e se tornou essa grande voçoroca. Chegamos a fazer o desvio provisório do córrego, mas precisava de uma solução definitiva, que estamos conseguindo com apoio do governo e da Itaipu", disse.
RECUPERAÇÃO – A iniciativa busca recuperar a área degradada e conter novos desgastes na superfície terrestre. O prazo de conclusão é de 24 meses. “O grande objetivo, e por isso a implantação de um parque urbano, é recuperar essa área degradada do município de Loanda", explicou o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza.
"Quando você tem uma área degradada, sem a cobertura vegetal, proteção e drenagem adequadas, potencializa o surgimento de processos erosivos porque a água vai circular por dentro daquele espaço de uma maneira completamente aleatória, com velocidade, e isso vai danificar o solo, causando as voçorocas”, ressaltou Souza. “Esse projeto é para acabar com um grande problema de Loanda, que vem prejudicando o adequado desenvolvimento sustentável da cidade”.
  • Roberto Machado Correa, engenheiro civil da diretoria de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos do IAT, destacou que, além do impacto ao meio ambiente com a redução da biodiversidade e assoreamento dos reservatórios e leito dos rios, a erosão causa danos à infraestrutura urbana, com impacto em ruas, guias, sarjetas, redes de água e esgoto, e prejuízos socioeconômicos com a redução da área de plantio.
“A obra é fundamental para o município, que historicamente sofre com a erosão. Vai proporcionar o correto escoamento das águas pluviais, impactando na melhoria do meio ambiente e desacelerando o avanço do processo erosivo em direção à área urbana", disse. "E, com a construção do parque, a cidade ganha uma nova opção de lazer, melhorando a qualidade de vida da população”.
ARENITO CAIUÁ – Loanda está localizada na Formação Arenito Caiuá, que ocupa cerca de 3,1 milhões de hectares no Noroeste do Paraná, abrangendo 107 municípios da região, o que corresponde a aproximadamente 15% da área do Estado. O solo nessas cidades costumam ser arenosos e possui baixos teores de matéria orgânica. Por isso, se decompõem facilmente e possuem baixa capacidade de retenção de água, ficando mais sujeitos à erosão.

 LOANDA
Foto: Roberto Dziura Jr./AEN
PRESENÇAS — Participaram da solenidade os secretários estaduais da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex; e do Turismo, Marcio Nunes; o chefe da Casa Militar, tenente-coronel Marcos Tordoro; o subchefe da Casa Civil, Lúcio Mauro Tasso; e os deputados estaduais Luiz Claudio Romanelli, Luís Corti e Soldado Adriano José; prefeitos e vereadores da região.
Fonte: AEN

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