Vídeos mostram torcedora do Palmeiras após ser atingida por garrafa de vidro em confusão com torcedores do flamengo.
Gabriela Anelli, 23 anos, morreu nesta segunda-feira (10) após sofrer paradas cardíacas. Polícia prendeu e indiciou por homicídio doloso o torcedor do flamengo Leonardo Felipe Xavier Santiago, 26 anos, suspeito de ter lançado a garrafa.
Vídeos mostram a palmeirense Gabriela Anelli, de 23 anos, momentos depois de ter sido atingida por uma garrafa de vidro durante uma confusão entre torcedores do clube paulista e do Flamengo, no sábado (8), na Zona Oeste de São Paulo. A jovem morreu nesta segunda-feira (10), após sofrer paradas cardíacas.
Em uma das imagens, é possível ver ela colocando a mão no pescoço, próxima a barreira que divide as torcidas e Palmeiras e Flamengo na Rua Padre Tomás. No local, há um portão para entrada de quem verá o jogo como visitante e outros dois para quem verá na torcida do Palmeiras, dona da casa.
Depois, em outro vídeo, ela está caída no chão. Ela recebe atenção de outros torcedores e primeiros socorros.
Familiares da jovem contaram ao g1 que profissionais de saúde que estavam em uma ambulância do estádio ajudaram a socorrê-la. Depois, Gabriela foi levada à Santa Casa, no Centro da capital paulista, onde faleceu na manhã desta segunda.
A briga ocorreu na rua Padre Antônio Tomaz. A rua concentra bares de palmeirenses que se reúnem para assistir os jogos na arena.
'A vida dela era essa. Palmeiras e a torcida', diz pai
Gabriela era frequentadora assídua do Allianz Parque e costumava ir ao local com os pais. Segundo seu pai Ettore Amarchiano Neto, o Palmeiras era a vida dela.
"A diversão dela era praticamente essa. Aos finais de semana, as viagens que ela fazia. Foi a forma que ela se encontrou. Tem meninas da idade dela que gostam de ir em baile funk, de gostam de ir para sertanejo, ela gostava do Palmeiras. A vida dela era essa. Palmeiras, e a torcida. Era isso", disse.
Segundo a mãe, Gabriela já tinha passado por cirurgias e superado diversos problemas de saúde ao longo da vida. "Não foi o problema de saúde que ela tinha que matou ela, foi uma garrafa que cortou a jugular dela", disse Dilcilene Prado Anelle dos Santos.
Os dois também estavam no estádio e só souberam do ocorrido quando a filha estava na Santa Casa.
"Nós participamos do jogo também, estávamos aguardando por ela porque a gente ficou junto com a Mancha, só que ela não chegou a entrar no estádio. Eu fiquei sabendo quando acabou o jogo, porque não tinha sinal de celular lá dentro, uma ligação. Nisso, ela já tinha sido operada, já estava descendo pra UTI."
Suspeito indiciado e preso preventivamente
Morador de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos, foi preso em flagrante por arremessar a garrafa que atingiu a palmeirense Gabriela Anelli — Foto: Reprodução
A Polícia Civil de São Paulo prendeu e indiciou por homicídio doloso consumado Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos, suspeito de ter lançado a garrafa que matou Gabriela.
O delegado do DOPE (Departamento de Operações Policiais Estratégicas), César Saad, disse nesta segunda-feira (10) que a Justiça decretou a prisão preventiva do torcedor do Flamengo.
Segundo Saad, o agressor assumiu o risco de matar e, por isso, responderá por homicídio doloso. Ele é do Rio de Janeiro, estava na capital para acompanhar a partida e não tinha passagem pela polícia.
"Ele arremessou uma garrafa, ele sabia que podia atingir o resultado morte e foi o que aconteceu".
O delegado também afirmou que a polícia tenta localizar outros envolvidos na confusão e busca por imagens que tenham registrado o exato momento em que a garrafa é atirada.
Trecho do depoimento onde torcedor do Flamengo afirma que atirou gelo — Foto: Reprodução
"Temos diversas imagens de celular, estamos utilizando sistema de reconhecimento facial para que outros integrantes de torcidas e de outras pessoas que estavam na briga sejam identificadas."
Em depoimento à Polícia Civil, Santiago negou ter jogado uma garrafa em direção aos palmeirenses. Segundo ele, o que lançou na direção dos outros torcedores foram pedras de gelo, conforme documento obtido pelo g1 (veja acima).
"O interrogado informa que em suas mãos tinha algumas pedras de gelo, as quais chegou a usar para revide, mas essas eram muito pequenas e sequer atingiram a barreira", diz documento da Polícia Civil.
Palmeiras lamentou a morte de torcedora — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Cirurgia e paradas cardíacas
Felipe Marchiano, irmão de Gabriela, afirmou que a jovem foi operada na noite do próprio sábado e que teve duas paradas cardíacas durante o procedimento, além de problemas respiratórios.
"O ferimento dela foi na região do pescoço, onde atingiu uma artéria. Ela foi operada e teve duas paradas cardíacas e um problema pulmonar", contou Marchiano.
Felipe viajou do Paraná para São Paulo, no domingo, para acompanhar Gabriela no hospital. "Só desejo que justiça seja feita. Um ser humano com pouco de miolo na cabeça não faria uma coisa dessa. Não só minha irmã, poderia acertar criança, uma mulher grávida, etc", lamenta.
Fonte: G1